Dias de Notícias

Notícias escritas e assinadas por mim, Marcelo Dias, a partir de 1998.

sexta-feira, julho 16, 1999

Rio vacina crianças contra bactéria que causa meningite

Anti-hemófilo influenza b é incluída no calendário oficial

RIO (Extra) - A Secretaria municipal de Saúde começou a batalha para tentar erradicar o hemófilo influenza b (Hib), bactéria que pode provocar infecções graves, como meningite e até levar à morte. Desde ontem, os 88 postos de saúde da cidade estão oferecendo a vacina imunizante à população infantil na faixa etária de 0 a 2 anos - embora a bactéria atinja crianças de até 5 anos. A meta é derrubar os registro de doenças causadas pelo Hib a quase zero em 2001.

Além da meningite, a bactéria pode causar bronquite, conjuntivite, sinusite, pneumonia e otite. Em 1998, houve 72 casos de meningite provocada pelo Hib, sendo 11 fatais. De 1 de janeiro até ontem havia 16 ocorrências, com duas mortes. Os sintomas desse tipo de meningite são febre, dor de cabeça, rigidez na nuca, convulsão e manchas vermelhas na pele.

Segundo a coordenadora municipal de epidemiologia, Meri Baran, a vacinação contra o Hib não será estendida às demais crianças devido ao seu alto custo de importação. De acordo com ela, menos de 10% dos vacinados apresentam alguma reação após a aplicação da injeção:

- Pode haver uma pequena reação alérgica na pele ou febre, mas não há razão para alarme. Para a febre, basta um antitérmico e para a alergia, compressa de água gelada. Se o problema persistir, procure o posto de saúde onde foi aplicada a vacina.

Ao todo, o Ministério da Saúde importou dos EUA 57 mil doses da vacina, que foi usada em países como Chile e Uruguai, onde praticamente eliminou o hemófilo.

O próximo alvo será a febre amarela

A cidade também está se preparando para evitar que outra doença se alastre. Segundo Meri Baran, será importada a vacina contra a febre amarela, que deverá ser distribuída nos postos de saúde do Rio ainda este ano. Além de haver epidemias no Peru e na Bolívia, a febre amarela se manifesta em sua versão silvestre na Amazônia e no Mato Grosso e pode chegar ao Rio através do mosquito transmissor, o aedes aegypti, o mesmo responsável pela disseminação da dengue e da malária.

- A febre amarela não é urbana, mas o problema é o mosquito transmissor. Existe o risco potencial de a doença ressurgir aqui e a vacina seria aplicada em toda a população com idade a partir de 9 meses ainda neste semestre - explica a coordenadora.