Dias de Notícias

Notícias escritas e assinadas por mim, Marcelo Dias, a partir de 1998.

segunda-feira, julho 13, 1998

Ônibus cai e deixa 32 feridos

Coletivo da Central-Magé perde eixo. Dois estão em estado grave

RIO (Extra) Um ônibus da Luxor Transportes, da linha Central-Magé, rolou um barranco de dez metros no km 137 da BR-116 (Rio-Teresópolis), no final da tarde de sábado, deixando 32 feridos. O acidente aconteceu na pista em direção a Teresópolis por volta das 17h30m, após uma troca de veículo na garagem da empresa. Revoltados, os passageiros acusaram a Luxor de colocá-los em um coletivo velho e sem condições de rodar. Procurado pela reportagem do EXTRA, o supervisor da empresa, identificado como Lusimar, indicado por funcionários como a pessoa que investiga as causas do acidente, não foi encontrado ontem.

Cinco minutos depois de deixar a garagem, o ônibus perdeu o eixo das rodas traseiras quando passava por um viaduto em Imbariê. Desgovernado, deu uma guinada para o lado esquerdo, atingindo a lateral de um caminhão. O acidente só não se transformou em uma tragédia porque o caminhão evitou que o ônibus invadisse a pista no sentido para o Rio, jogando-o para o barranco, onde parou escorado por uma árvore.

- Ocorreu um problema mecânico e perdi a direção - explicou o motorista do ônibus, Júlio César Costa, atendido no Hospital de Piabetá.

- Fui jogado para fora do ônibus. Pensei que ia morrer - disse Antônio Carlos Oliveira, de 42 anos, um dos 32 passageiros. Ele também acusa a Concessionária Rio-Teresópolis (CRT), que administra a rodovia, de não ter ambulâncias suficientes para prestar atendimento na estrada.

- Muita gente como eu foi socorrida por motoristas que passavam pelo local. A CRT cobra um pedágio enorme e só mandou duas ambulâncias - reclamou Antônio Carlos, que foi levado com outras 16 pessoas para o Hospital de Magé. Os demais foram para o de Piabetá.

Em estado mais grave, Wanderley Lima dos Santos, de 21, e Almir José Gomes da Silva, de 37, tiveram traumatismo craniano e cortes profundos. Wanderley precisou de suturas no rosto e dentro da boca.

- O ônibus estava em estado precário e deveria estar fora de linha há muito tempo. Quando senti que estávamos rolando, segurei-me em uma barra. Depois, arrastei-me até a estrada - contou Almir José, socorrido por motoristas.

Para Rosângela Barcelos ontem foi seu dia de sorte.

- Fui entrar no ônibus, mas como estava lotado, esperei por uma van - diz ela, ao saber que quase embarcara.